quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

POEMA ADVERBIAL


Gilberto Wallace Battilana

Um poema não tem agora,
antes, depois, enquanto.
Um poema não tem dentro, fora.
Um poema é encanto.
Não tem demais, pouco, tanto,
nem quando, porque, onde.
Um poema é um segredo que não se esconde,
é um surto, um transe, um quebranto,
não tem tampouco, talvez,
o poema é o que é, outra vez,
um sonho real, um deserto, decerto,
é um longe tão perto,
um possível triste, quiçá alegre, porventura
uma viagem de pura aventura.
Um poema não é um bem,nem um mal,
é um assim, sem nunca ter fim.

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